Literatura latino-americana
Literatura latino-americana. Livros/Primavera num espelho partido. Leia...
Durante a década de 1970, em plena ditadura uruguaia, uma família composta de pai, mãe, filha e avô contam a separação devido à prisão do primeiro. Completando a narrativa está um amigo e o próprio autor. Livro de Mario Benedetti.
Dez clássicos da Literatura Latino – Pablo Neruda, Gabriel Garcia Marquez, Ernesto Sabato, Octavio Paz, Eduardo Galeano, Mário Benedetti…
Publicado em 1975 “Confesso que vivi” é um livro autobiográfico de Pablo Neruda, pseudônimo de Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto (1904 – 1973). No livro, Neruda aborda os caminhos e descaminhos de sua vida, recorrendo a uma prosa salpicada de imagens poéticas que prende facilmente a atenção do leitor. A obra divide-se em diversos capítulos correspondentes as tantas fases da vida do poeta. As últimas páginas do último capítulo foram escritas no curto intervalo de tempo, de apenas doze dias, entre o golpe de Estado de 11 de setembro e a morte de Neruda em 23 do mesmo mês. Nessas linhas, o poeta fala de forma amargurada das esperanças derrubadas pela violência dos militares e das memórias do seu amigo Salvador Allende.
Ainda muito jovem, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Elígio Garciá se apaixonou por Luiza Márquez, mas o romance enfrentou a oposição do pai da moça, coronel Nicolas, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior numa viagem de um ano. Para manter seu amor, Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida de ‘O amor nos tempos do cólera’, que acompanha a paixão do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza.
O livro que consagrou Ernesto Sabato como um dos grandes romancistas do século XX, é um concerto magistral de vozes narrativas que se desenvolvem em três linhas temáticas… Retratada magistralmente por Sabato, a Buenos Aires dos anos 50 surge fascinante e cruel, com a geografia singular de seus bairros e bares, a polifonia de seus sotaques, a “grãfinagem” cosmopolita e os operários peronistas, a gigantesca rede de esgotos por onde se esvaíram os sonhos dos imigrantes.
O arco e a lira (1956), de Octavio Paz, Prêmio Nobel de Literatura em 1990, é um relato a um só tempo rigoroso e apaixonado das possibilidades da linguagem e da imaginação. Paz esmiúça cada aspecto do fazer poético com argumentação original e exemplos de rara erudição, o que resulta num livro inspirado e inspirador, que escapa dos limites acadêmicos…
Tratar a memória como coisa viva, bicho inquieto: assim faz Eduardo Galeano quando escreve. Sua memória pessoal e a nossa memória coletiva, da América. Quando escreve, ele mostra que a história pode – e deve – ser contada a partir de pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloquência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida. Assim é “O livro dos abraços”. Em suas andanças incessantes de caçador de histórias. Galeano vai ouvindo de tudo. O que de melhor ouviu ele transforma em livros como este, onde lembra como são grandes os pequenos momentos e como eles vão se abraçando, traçando a vida.
Em ‘Cem anos de solidão’, Gabriel García Marquez narra a história da família Buendía, uma estirpe de solitários que habitam a mítica aldeia de Macondo. A narrativa desenvolve-se em torno de todos os membros dessa família, com a particularidade de que todas as gerações foram acompanhadas por Úrsula, uma personagem centenária e uma matriarca conhecida. Atualmente a obra foi considerada uma das obras mais importantes da literatura latino-americana, com a peculiaridade de ser umas das mais lidas e traduzidas de todo o mundo. Durante o IV Congresso Internacional da Língua Espanhola, realizado em Cartagena, na Colômbia, em março de 2007, Cem Anos de Solidão foi considerada a segunda obra mais importante de toda a literatura hispânica, ficando apenas atrás de Dom Quixote de la Mancha.
Romance mais importante de um dos maiores escritores latino-americanos dos últimos 50 anos questiona a felicidade e os relacionamentos humanos. Publicado em 1960, A Trégua é o mais famoso romance de Mario Benedetti e uma das obras mais importantes da literatura latino-americana contemporânea. Escrito em formato de diário e com fina ironia, o livro conta a história de Martín Santomé, um “homem maduro, de muita bondade, meio apagado, mas inteligente”…
Roberto Bolaño não tem a mínima preocupação com os gêneros tradicionais. Simplesmente convida o leitor a acompanhá-lo em histórias que muitas vezes parecem memórias de juventude ou lembranças de viagem. De repente, estamos enredados na ficção, quando não na rememoração de um sonho, e não de um simples evento biográfico. Fica fácil entender por que o escritor chileno já era considerado um dos principais renovadores da literatura latino-americana, quando morreu prematuramente, aos 50 anos, em 2003.
A obra é considerada um dos melhores e mais influentes romances da literatura hispano-americana, tendo recebido elogios de escritores como Jorge Luís Borges, Gabriel García Márquez e Octavio Paz. Apesar dos críticos terem reconhecido prontamente as qualidades do livro, que recebeu o Prêmio Xavier Villaurrutia daquele ano, a recepção do público foi fraca: dos 2000 exemplares da primeira edição, apenas 1000 foram vendidos. A trama se passa na cidade de Comala, no estado de Colima (México). A época não é explicitada precisamente, mas há indicações de ser contemporânea à Revolução Mexicana e à Guerra Cristera. Alguns membros da família de Rulfo foram vítimas da violência revolucionária cujo epicentro foi seu estado natal de Jalisco, e assim seus escritos frequentemente remetem a ela…
Ficções reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de O jardim de veredas que se bifurcam (com exceção de “A aproximação a Almotásim”, incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios. Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar, suas conjecturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira: o tempo, a eternidade, o infinito.