Edmar Ribeiro
Hugo de Carvalho Ramos
Sua obra, "Tropas e boiadas", é leitura obrigatória para compreensão da sociedade goiana.
Hugo de Carvalho Ramos, não foi aluno exemplar e tampouco brilhante, porém, sua obra inicial e única publicada em vida, "Tropas e boiadas", cujo centenário ocorreu em 2017, é perenal e leitura obrigatória para os goianos.
Nasceu em Vila Boa (Cidade de Goiás - GO), no dia 21 de maio de 1895 e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) a 12 de maio de 1921. Filho de Manoel Lopes de Carvalho Ramos, que além de juiz era também poeta e Mariana Fenelon Ramos.
Na então capital do Estado de Goiás frequentou o Liceu Goiano, não obtendo destaque como aluno brilhante, colecionando notas médias nos dois primeiros anos, tendo sido, inclusive, punido com suspensão de quinze dias por não sujeitar-se às regras daquela instituição.
Na então capital de Goiás frequentou o Liceu Goiano, não obtendo destaque como aluno brilhante, colecionando notas médias nos dois primeiros anos, sendo, inclusive, punido com suspensão de quinze dias por não se acomodar às regras daquela instituição.No ano de 1916 ingressou na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, tendo no ano seguinte, publicado sua obra de contos, “Tropas e Boiadas”, apresentando a literatura goiana ao restante do Brasil, merecedora de elogios de Oswald de Andrade, além de, inspirar Guimarães Rosa na sua grandiosa obra regionalista, “Grandes Sertões, Veredas”.
Logo após a publicação de seu livro, ocorreu o falecimento de seu pai, que fora Juiz de Direito na capital de Goiás, sobrevindo, o segundo casamento de sua mãe, que o levou para o Rio de Janeiro.
Na iminência de conclusão de seu curso, no ano de 1920 empreendeu viagens ao interior de Minas Gerais e São Paulo.
A relação materna não era das melhores, fato não comprovado de que a rejeição se originara do comportamento homossexual do filho, tendo como consequência, a não permissão para que frequentasse o espaço do novel casal, apesar de conviverem na mesma residência. A mãe teria idealizado uma linha imaginária sobre a qual os Carvalhos Ramos não teriam permissão para ultrapassar.
Esse desconforto no próprio lar, acrescentando-se à ausência paterna, além da falta de compreensão de sua condição sexual, levou o jovem Hugo de Carvalho a momentos de tristezas que se aprofundaram em grave depressão que o levou ao suicídio no dia 21 de maio de 1921, utilizando-se de uma corda de rede para o enforcamento.
Tropas e Boiadas/ Autor: Hugo de Carvalho Ramos
- Um dos livros mais emblemáticos da cultura goiana.
Vida de Hugo de Carvalho Ramos